Muitas vezes sou visto pela maioria como o
fim, algo forte e brutal, o fim de uma jornada. Guardo dentro de mim um ser,
uma história que chegou ao seu fim. Apesar de meu aspecto forte, faço parte de
um pequeno ciclo que foi iniciado por quem eu guardo e protejo nesse momento.
Estou apoiado e suspenso por uma estrutura maior, mas ao mesmo tempo com uma
conexão frágil. Eu sou um casulo.
Venho oferecer alegria e beleza a todos,
alguns percebem minha beleza, outros nem tanto e outros parecem desconhecer
minha existência. Meu trabalho é auxiliar a multiplicar as flores que também me
servem de alimento, um alimento doce. Para ser quem sou hoje precisei passar
por um processo no qual tive de fazer muito esforço para me libertar e poder
voar. No inicio foi muito doloroso, por momentos pensei que jamais iria
conseguir, me sentia presa e sufocada, mas de repente eu consegui romper o que
me prendia e pude contemplar toda essa beleza que há aqui. Hoje tento levar a
beleza e a alegria por onde passo, pois sinto que assim como seu ciclo o meu
também é curto. Por isso também sou grata! Eu sou uma borboleta.
Na representação desses dois símbolos acima
a partir de uma dinâmica de grafismo feita há uma semana trabalhando a
representação de “morte” e “vida” pude compreender que muitas vezes encaramos a
morte como o fim, sendo que ao mesmo tempo em vida desconhecemos de onde viemos
e também para onde iremos. Vivemos uma jornada onde a vida nos convida a todo
instante para apreciarmos a beleza e a doçura dos momentos e que muitas vezes
deixamos passar despercebidamente.
Hoje sei o quão lindo e eterno pode ser um
sorriso cheio de amor e carinho dado por alguém que superando todas as suas
dificuldades me ensinou grandes lições até seu último suspiro. Minha gratidão a
minha avó por tudo que me ensinou em sua passagem nesta vida.